Quem diria: as baleias cachalote do Oceano Austral, na Antártica, estão combatendo o aquecimento global, que eleva a temperatura no planeta. Os cientistas da Escola de Estudos Biológicos da Universidade Flinders, em Adelaide (Austrália), descobriram que o cocô delas ajuda a retirar de circulação o carbono equivalente ao expelido por 40 mil carros por ano. Antes eles a acusavam de ser uma das culpadas pelo problema porque, durante a respiração, soltavam dióxido de carbono, o mais comum dos gases que causam o efeito estufa.
Cada uma das cerca de 12 mil baleias cachalotes que vivem lá defecam cerca de 50 toneladas de ferro no mar a cada ano, após se alimentarem de peixes e lulas. E o ferro é um excelente alimento para o fitoplâncton, formado pelas plantas marinhas que vivem perto da superfície da água e tiram o dióxido de carbono da atmosfera, por meio da fotossíntese. O cocô da baleia é tão eficiente porque é liberado em estado líquido e perto da superfície, antes de esse mamífero mergulhar.
A pesca industrial da baleia não só ameaça seriamente as cachalotes austrais, como também coloca em risco sua tarefa de eliminar o carbono. Antes de a pesca ser liberada, a população da espécie era dez vezes maior. O futuro desse mamífero marinho será debatido na próxima semana em Agadir, Marrocos, onde a Comissão Baleeira Internacional (CBI) discutirá um plano para relaxar a proibição de 24 anos que impede sua pesca comercial. Mas Japão, Noruega e Islândia continuam caçando, argumentando que tem finalidade científica, ao fabricarem cosméticos e remédios.
AFP/ Halldor Kolbeins
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